Como diz um camadada: Go big or go home!

   Anos se passaram, muitos invernos após esta minha primeira temporada no Hawaii ( 1997- 1998), mas me recordo deste dia plenamente, para ser mais preciso como se fosse ontem, um dia que ficará registrado em minha memória. Após alguns dias no Hawaii a previsão indicava que um grande Sweel estava se aproximando do North Shore com previsão de ondas de até 20`pés, como desde moleque assistia alguns vídeos da galera se jogando em "Wammy Shorebreak", percebi que minha hora estava chegando... . Acordei bem cedo , ainda escuro e estava com um camarada que tinha sonhos parecidos com o meus, um amigo e bodyboarder também, aventureiro mais que suficiente para aceitar a pilha de checar bem cedo em Waimea este big Sweel, um camarada que treinou comigo exaustivamente vários anos juntos e estava pronto para qualquer desafio, Giu Lara estava sempre disposto para encarar qualquer pilha, acho que quando paro para refletir chego a pensar que já fomos inconsequentes algumas vezes, fala ai Giu??? Muita história , muitos desafios... . Estávamos no ponto esperando o " Bus "para Waimea, foi quando o Ricardo Bocão passou e nos deu uma carona, ele estava pilhado para checar o mar e seguimos em direção ao pico, quando o Bocão passou de carro, percebemos que  vários fotógrafos estavam chegando pronto para clicar o Shore.
   Bocão já experiente e com várias temporadas no Hawaii sugeriu que devíamos checar o mar lá do outro lado da baía pois teríamos uma melhor visão do Line up, quando sai do carro logo ví uma série grande e perguntei para o Ricardo qual era o tamanho do mar pois eu já não sabia medir aquelas bombas e ele me respondeu que o mar tinha entre 18`à 20`pés. olhei para o Giu  e falei : Qual é Giu vamos cair no Shore??  E o camarada topou na hora..., seguimos em direção ao outro lado da baía onde os fotógrafos se posicionam para um melhor ângulo, quando tiramos as pranchas do carro, ví o Pat Caldwell, Steve Mackenzie e o Matt Allen chegando para se aventurar. Foi um dia insano..., pois nunca caí em um mar com uma correnteza tão absurda, eu remava sem parar para não parar nas pedras, fazendo afundamento e passando no limite bombas enormes, eu não tinha noção do grau de periculosidade daquele pico, cada minuto parecia uma hora, foi quando veio essa bomba no lugar em que eu estava, não pensei duas vezes e dropei. Quando comecei o drop me senti bem à  vontade, parecia o meio de Itacoa grande (elevado ao cubo) , com proporcões muito maiores, foi quando eu cavei a besta e cheguei a conclusão que todos chegam, o único caminho é botar para dentro, mesmo sabendo que jamais irá sair , com já tinha visto em vários vídeos. Foi muito satisfatório chegar lá e fazer aquilo que eu achava irado ver os BB fazendo, apesar do perigo que envolve, pude sentir a adrenalina que é estar em Waimea Shorebreak, um pico realmente casca -grossa, foi com certeza o mar mais sinistro do todos que já surfei, jamais pretendo repetir essa aventura mas recomendo essa experiência para quem pretende extrapolar os limites, quando cheguei na areia agradeci a Deus por estar vivo, e no mesmo dia à noite fiquei sabendo que a maioria do fotógrafos e videomakers  haviam registrado minha onda, que foi umas das maiores e melhores do dia no Shore... Aloha!!!